Publicado em 03 de outubro de 2018
Com a evolução da tecnologia nos últimos anos, passamos a contar com diversas facilidades no nosso cotidiano. Isso se deve, principalmente, à internet e a todas as possibilidades que os dispositivos móveis passaram a oferecer. Como consequência disso, diversas áreas do mercado têm se beneficiado desse avanço, como é o caso do setor financeiro, que agora conta com as fintechs para levar a praticidade das últimas tecnologias para o cotidiano dos seus clientes.
As fintechs são empresas que buscam, especialmente, abandonar questões relacionadas a custos altos e burocracias que são encontradas nas instituições bancárias tradicionais, oferecendo soluções de forma mais rápida e prática.
Dessa forma, é comum que essas companhias utilizem tecnologias como Big Data, Machine Learning e Data Science, além da nuvem — que já vem sendo utilizada em larga escala — de forma muito mais ampla, além de se dedicarem mais à segurança digital, revolucionando a entrega e segurança desses serviços e tornando os bancos tradicionais cada vez mais ultrapassados.
Um exemplo notável dessa inovação no mundo financeiro é o Nubank, que nos últimos anos ganhou bastante espaço no mercado, especialmente por causa da simplicidade nos processos e da boa experiência oferecida a seus clientes.
Assim, nota-se que há muito o que conhecer e aprender com as fintechs, visto que já estão transformando o mundo financeiro e trazendo diversas possibilidades e facilidades para o nosso cotidiano. Assim, você descobrirá a seguir o que são essas empresas, como funcionam, seus impactos e tendências de mercado, além de outras informações importantes. Confira!
Sucintamente, as fintechs são startups que atuam trazendo soluções práticas para o mundo financeiro, mas de forma mais revolucionária e acessível.
Entre as diversas transformações ocorridas desde que as fintechs passaram a atuar no mercado nos últimos anos, podemos citar, por exemplo, a evolução na criação de uma conta bancária. Hoje, é possível fazer isso apenas com um smartphone e seus documentos.
Seguindo a mesma linha, se é necessário contratar um seguro, é possível fazer tudo online e contar com um atendimento muito superior ao convencional. Da mesma forma, se for preciso gerenciar fluxos de caixa ou finanças pessoais, por exemplo, basta baixar um aplicativo que faça isso.
Diversas tecnologias já estão dando seus primeiros passos na área e sendo utilizadas em aplicações financeiras de forma estável e funcional. Entre elas, temos o Machine Learning, um recurso que pode ajudar na personalização de serviços para os usuários, juntamente com o Data Science e o Big Data.
Outra novidade é o blockchain, um instrumento poderoso que, além de ser a tecnologia por trás das criptomoedas — como o bitcoin, por exemplo —, tem sido utilizado de diferentes formas para o benefício de empresas e seus clientes.
Um ponto curioso é que os bancos digitais e suas facilidades não são uma exclusividade das startups, já que instituições consolidadas no ramo também têm dado seus passos rumo a essa evolução. Como exemplo disso, temos o Next, um banco digital do Bradesco que conta com recursos para criação de objetivos, vaquinhas e que também auxilia na organização do orçamento mensal.
Assim, além de entrar na briga pelo mercado com outros bancos digitais, o Next também concorre com a NuConta — a resposta do Nubank para o mundo das contas bancárias.
Além das possibilidades que a tecnologia permite, outro ponto característico das fintechs são as novidades processuais, que têm tornado tudo mais fácil e prático ao simplificar serviços que eram, até então, burocráticos.
Uma forma de enxergar isso é notar o papel central que o usuário possui nas fintechs e suas metodologias. Enquanto outras empresas e redes tendem a ter atendimentos cansativos e falhos, uma das metas das startups é corrigir isso, oferecendo uma experiência ágil, prática e efetiva.
No caso do Nubank, o diferencial vai além do atendimento, mas a empresa faz questão de dar foco a esse aspecto. David Vélez, fundador e CEO da startup, diz que a qualidade do atendimento é um reflexo de um dos princípios da fintech: o serviço prestado deve fazer com que os clientes se tornem fãs da companhia.
Vélez acredita que clientes de serviços financeiros estão cansados de se sentirem confusos ou até mesmo enganados em relação às finanças, por isso a importância de um atendimento com transparência e qualidade. Ainda segundo o CEO, essa solução precisa oferecer um contato humano, visto que, ainda que se trate de um serviço digital, os usuários são pessoas.
Com a Indústria 4.0, inovações desse tipo têm chegado de forma cada vez mais rápida e com a promessa de abandonar definitivamente as concepções tradicionais sobre moeda, investimentos, meios de pagamentos e bancos.
É difícil descrever detalhadamente como funciona uma fintech, visto que cada uma delas possui um modelo de negócio diferente. Entretanto, de modo geral, as empresas dessa categoria buscam desenvolver soluções para atender às lacunas do mercado financeiro e suprir as limitações ou deficiências existentes nos serviços tradicionais desse ramo.
De acordo com Guilherme Horn, diretor executivo e líder de inovação da consultoria de mercado Accenture, a inovação pode partir tanto da tecnologia quanto do modelo de negócios implantado e, de qualquer modo, o usuário se beneficiará de uma experiência diferenciada, desfrutando de processos fáceis e simples.
Para isso, essas empresas utilizam a internet e tecnologias relacionadas para criar meios de explorar essas lacunas e, por fim, fornecer os recursos que os bancos e instituições financeiras semelhantes não disponibilizam para seus clientes — ou que até são disponibilizados, mas de forma limitada, cara ou burocrática.
Toda essa modernidade tem sido posta em prática com mais facilidade pois, na maioria das vezes, as responsáveis são as startups: empresas que, apesar de recentes, desenvolvem e implementam ideias criativas e oferecem soluções inovadoras para seu público.
Entretanto, é importante observar que a startup precisa, desde o início, adotar meios de aprimorar seus produtos e serviços de forma rápida e eficiente, ser capaz de lidar com crescimentos de demanda e conseguir passar a percepção de valor para seus clientes.
Para isso, a fórmula mais indicada é trabalhar em prol da qualidade, em vez da quantidade. É preciso prestar serviços e oferecer ótimos produtos, ainda que seja necessário limitar sua distribuição. Isso evita a perda do foco e do controle durante o processo.
Isso vale para qualquer ramo da indústria, visto que estamos falando das startups de modo geral. Entretanto, no mundo das fintechs, isso tem sido seguido de forma bastante notável, uma vez que boa parte delas têm disponibilizado serviços e produtos bem específicos, fazendo com que seu público entenda o que cada uma oferece de forma bastante prática.
Por outro lado, é comum — senão quase que uma regra — ver os bancos tradicionais no caminho inverso, oferecendo opções demais e, às vezes, deixando o cliente confuso.
Uma questão recorrente nessa área é se as fintechs já conseguem brigar de igual para igual com os bancos tradicionais, mas a resposta depende de alguns fatores, como você entenderá a seguir.
O Nubank, por exemplo, visa melhorar um produto já existente nos bancos tradicionais ao oferecer a NuConta — um serviço de conta bancária, mas com uma experiência de adesão e uso que é superior à encontrada no modelo tradicional.
Esse serviço disponibiliza uma conta de pagamento sem tarifas e que é gerenciada pelo mesmo aplicativo do cartão de crédito da companhia. Além de ser possível efetuar pagamento de boletos e realizar transferências, o usuário também pode, simplesmente, guardar o seu dinheiro na conta e deixá-lo render.
A abordagem utilizada pelo Nubank pretende, entre outros aspectos, evitar os problemas que o público geralmente enfrenta ao utilizar os bancos tradicionais.
Entre as pessoas afetadas por esses problemas, podemos mencionar, por exemplo, aquelas que não podem aproveitar serviços bancários por completo por estarem em cidades que não contam com caixas eletrônicos ou agências de outros bancos.
As fintechs de cartão de crédito pré-pago também encontraram seu público ao notar que, em um banco tradicional, um cliente não consegue ter um cartão de crédito sem conseguir comprovar renda ou, ainda, tiver dívidas pendentes.
O problema da inadimplência não ocorre nessa modalidade, pois o usuário só consegue utilizar o cartão de acordo com o limite previamente carregado na conta.
Um outro exemplo são as plataformas que oferecem ao usuário um meio de realizar seu controle financeiro de forma mais fácil. Normalmente, esse é um serviço que não é encontrado em uma instituição tradicional, apesar de facilitar a vida das pessoas ao auxiliar na organização de suas despesas.
A integração e alta disponibilidade das fintechs no mundo online faz com que esse seja um outro ponto importante. Os produtos e serviços dessas startups se integram facilmente ao cotidiano dos usuários habituados com universo tecnológico — ou seja, daqueles que estão na faixa dos 18 aos 34 anos, principalmente.
Ainda que, hoje, os bancos estejam mais focados no atendimento eletrônico do que estavam há alguns anos, eles ainda precisam contar com processos burocráticos que são vistos como desnecessários ou trabalhosos para o cliente — como a ativação de dispositivos para internet banking, que exige a ida do usuário até a agência para concluir o processo.
Como foi exposto, ao considerar serviços que já são oferecidos pelos bancos comuns, a resposta é sim. Inclusive, algumas instituições já vêm buscando renovar seus serviços ao se inspirar nos modelos das fintechs para disponibilizar recursos e ofertas similares, como aplicativos e planos diferenciados.
Os especialistas apontam diversas razões para o notável crescimento do ramo das fintechs nos últimos tempos.
No Brasil, um dos motivos apresentados é o amadurecimento de todo o ecossistema de investimento e inovação visto nos últimos anos e que, agora, é responsável pela ascensão das startups no mercado financeiro.
O Banco Central também facilitou a chegada dos cartões pré-pagos e a evolução dos sistemas de pagamento por meio de smartphones, desde a legislação e regulamentação sobre arranjos de pagamento, ocorrida em 2013.
Marcelo França, fundador e CEO da Celcoin, afirma que essa lei trouxe mais segurança e favoreceu a criação de novas startups da área.
A empresa de França foi uma das que se beneficiaram dessa regulamentação, iniciando suas atividades no Brasil ao disponibilizar um serviço de conta pré-paga com recursos para pagamento de contas, compras de créditos para jogos e operadoras de telefonia móvel e, ainda, saques em caixas eletrônicos de companhias parceiras.
Ainda, segundo o fundador da Celcoin, há uma tendência para a desintermediação dos serviços financeiros e uma atuação cada vez mais especializada por parte das fintechs com cartões e sistemas de pagamento.
A regulamentação do Banco Central tem a sua importância, mas, além desse fator, também é preciso considerar o crescimento do mercado brasileiro no que diz respeito à adoção dos principais recursos para a expansão das fintechs: o acesso à internet e os dispositivos móveis.
Os smartphones e a internet são, para muitas dessas empresas, os principais meios de se conectarem aos seus clientes — tornando os dispositivos e a rede recursos essenciais para garantir a boa experiência que as startups buscam oferecer.
Adriana Barbosa, fundadora da Payleven — fintech de pagamentos que chegou ao Brasil em 2012 —, afirma que a introdução de um modelo que dispensa a necessidade de deslocamento do cliente fez com que a companhia alcançasse muito mais cidades do que conseguiriam com um modelo tradicional.
Além disso, a Payleven passou por uma fusão com a alemã SumUp, tornando-se a terceira maior companhia do setor no Brasil. Isso mostra o potencial que uma fintech possui por nascer integrada ao mundo online e mobile.
Teoricamente, sim. Entretanto, assim como em companhias de qualquer setor — sendo startups ou não — existem certos riscos. Assim, é preciso ter atenção ao contratar serviços de qualquer empresa de finanças.
Entre os cuidados a serem tomados quanto às fintechs, vale mencionar que estas costumam ser mais atrativas que os bancos comuns, por conta de todas as facilidades oferecidas. Apesar de essa ser uma característica positiva, vale levar em consideração a possibilidade de exposição do negócio ou seus usuários a determinados problemas.
Entre esses problemas, podemos citar a falta de procedimentos de segurança e autenticação, por exemplo. Além disso, é importante estar atento a alguns pontos específicos:
Primeiramente, é recomendado prestar atenção em quais empresas são parceiras da fintech e se esta cumpre as normas exigidas pelo mercado.
Além disso, é importante checar a quantidade de reclamações em órgãos e serviços de defesa do consumidor, assim como é feito com outras empresas ou marcas.
A política de privacidade — um tema bastante debatido nos últimos tempos — mostra a sua importância aqui. É preciso saber se a companhia conta com uma política clara e se dá atenção à segurança de dados, se possui medidas eficientes de prevenção de fraudes e, ainda, quais os canais de comunicação com o cliente.
Por fim, é essencial conhecer a proposta de negócio da empresa. Se há a oferta de serviços a preços baixos demais — mas não se limitando a essa regra —, é preciso que a fintech seja clara quanto ao seu modelo de negócio e sobre como obtém sua receita.
Se não houver um bom planejamento em relação a isso, existem grandes chances de a companhia ter problemas no futuro e talvez, até mesmo, prejudicar seus clientes.
Conheça agora outras companhias que se encaixam no modelo de fintech e que vêm se destacando no mercado financeiro do nosso país. É interessante notar a diferença no campo de atuação, apesar de todas pertencerem ao ramo financeiro.
Os rendimentos da poupança são poucos se comparados a outras opções de investimento. Entretanto, o problema é que essas outras opções, muitas vezes, são complicadas e cheias de detalhes, os quais a maioria das pessoas não entende totalmente.
A proposta da Warren é resolver esse problema ao permitir que o cliente faça investimentos a partir do seu site ou aplicativo móvel, que são muito mais simples e fáceis de entender.
O sistema da companhia utiliza algoritmos que fazem investimentos de acordo com o perfil do usuário, poupando-o do trabalho de estar sempre ligado no mercado financeiro e ter que dedicar tempo para decidir entre as melhores opções.
A Superdigital é uma fintech voltada para clientes que não possuem conta em bancos tradicionais ou que estão insatisfeitos com o serviço prestado por essas instituições.
Com uma conta Superdigital, é possível realizar pagamentos, fazer transferências, emitir boletos, utilizar cartão pré-pago ou, ainda, contar com serviços para empresas.
Assim, os serviços disponíveis são similares aos que são oferecidos pelos bancos, mas com a vantagem de absolutamente tudo ser feito de forma online, já que a Superdigital não possui agências ou postos de atendimento.
A ContaAzul é uma plataforma de gestão financeira com foco nas pequenas e médias empresas. Ao pagar uma mensalidade, as empresas usuárias podem utilizar o serviço para emitir boletos, realizar lançamentos de notas fiscais, gerar relatórios financeiros, analisar perfis de clientes e outras atividades.
Além disso, a ContaAzul também conta com um sistema semelhante a um ERP, no qual o usuário pode realizar o controle de estoque, enviar documentos, fazer o controle de fluxo de caixa, gerenciar vendedores, entre outros serviços. Tudo de forma online.
O aplicativo do GuiaBolso é referência quando o assunto é gestão financeira. Em 2016, a fintech recebeu um aporte de R$ 60 milhões ao participar de uma rodada de investimentos com grandes empresas da área.
Atualmente, o serviço conta com mais de 3 milhões de usuários e se tornou destaque ao tratar de finanças pessoais.
Entre outras companhias, temos a Creditas, que atua no ramo de empréstimos e se tornou a segunda maior fintech brasileira em captação.
Enquanto isso, na área de crédito para pequenas empresas, a TrustHub tem atuado com uma plataforma totalmente online, na qual o microempreendedor pode obter o direito ao crédito mencionado.
As fintechs revolucionaram as relações no mundo financeiro e passaram a dar mais atenção do que nunca a seus clientes.
Observando essa transformação, Bruno Diniz — especialista em fintechs e professor da Fundação Getúlio Vargas —, apontou algumas das principais tendências para esse mercado. Confira:
Diferentemente do que ocorre com as instituições tradicionais, as startups financeiras não costumam abordar e solucionar todos os problemas. Em vez disso, buscam melhorar produtos ou serviços específicos para garantir seu bom funcionamento.
Entretanto, contar com mais recursos ou ferramentas muitas vezes se faz necessário. Assim, tem sido bastante comum ver parcerias ocorrerem entre fintechs, de forma que essas empresas possam ter respostas para as demandas mais variadas do seu público, sem que isso comprometa seu modelo de negócios.
Uma outra tendência vista é o investimento em fintechs internas, como o banco Bradesco e a sua startup Next. Além disso, após o grupo financeiro multinacional Goldman Sachs criar a sua própria fintech, outras companhias começaram a investir em empreendedores internos que pareçam ter ideias inovadoras.
Assim, de acordo com Diniz, o movimento tende para o crescimento nos próximos anos.
Enquanto cresce o interesse das gigantes da tecnologia — como a Amazon, Apple, Facebook e Google — pelas fintechs, novas oportunidades surgem pelo caminho.
Um exemplo disso é a forma como Google e Apple têm investido na área de carteiras digitais com o Google Pay e Apple Pay. Assim, nota-se que há uma forte tendência e apoio para a era das finanças descomplicadas e digitais.
A nova regulamentação do Banco Central trouxe diversas oportunidades para o mercado financeiro, mas, ainda de acordo com Diniz, pode haver uma lacuna no que diz respeito às ofertas para pessoas jurídicas. Assim, uma das tendências pode ser justamente a criação de novas soluções para o público empresarial.
Diniz defende a ideia de que as startups de outras áreas também desenvolvam soluções digitais para o setor financeiro de seus próprios produtos ou serviços, visto que é extremamente comum que essas empresas também precisem lidar com dinheiro e sistemas de pagamento.
Um ótimo exemplo de aplicação prática é o que acontece na 99 que, apesar de ser uma companhia voltada para a mobilidade, também possui seu campo de atuação dentro do mundo de serviços financeiros e atua como uma fintech.
Assim, nota-se que o crescimento da mobilidade e do uso da internet trouxeram diversos benefícios, não apenas para quem acessa as redes sociais, mas para vários tipos de usuários dos serviços financeiros.
Agora, é possível desfrutar de um atendimento de qualidade superior sem precisar contar com um local com agências ou se restringir a modelos de negócio específicos. Por conta disso, as fintechs revolucionaram esse mercado e prometem ainda mais avanços em prol de seus clientes.
Gostou de conhecer as fintechs e de saber o quanto esse modelo de startup tem revolucionado o mundo dos negócios? Então não deixe de compartilhar este post nas suas redes sociais para que mais pessoas conheçam as facilidades dessas empresas!