Publicado em 27 de abril de 2022
A digitalização dos processos para geração, transmissão e distribuição de energia elétrica cresceu de forma considerável nos últimos anos. Esse processo faz parte de um dos três D’s de energia que propõe que a atuação do setor elétrico seja mais descentralizada, descarbonizada e digitalizada. No entanto, à medida que essas inovações adentram na área, as preocupações com a cibersegurança devem ser prioridade para essas empresas.
De acordo com o Analista em Inovação do Instituto Atlântico, Alex Monteiro, os alertas em relação à segurança digital desse setor são válidos, justamente, pelo “aumento da convergência entre TI (Tecnologia da Informação) e TO (Tecnologia Operacional), que expandem a superfície de ataque e tem atraído hackers com objetivos de ganhos financeiros e até mesmo propósitos políticos”.
Dessa forma, os processos automatizados e digitalizados trazem benefícios para as empresas de energia, mas são alvos em potenciais de reais de ataques cibernéticos cada vez mais sofisticados e elaborados. Assim, ter conhecimento de práticas e tecnologias que ajudam a fortalecer a segurança digital é mais que válido.
Continue a leitura deste artigo para saber mais como fortalecer a cibersegurança no setor elétrico.
Redes inteligentes, tecnologia 5G e dispositivos de Internet das Coisas se tornaram cada vez mais frequentes na esfera do setor elétrico. Dessa maneira, cibercriminosos se aproveitam desse crescimento digital para realizar ataques virtuais que podem comprometer todo o ciberespaço dessas organizações.
Conforme dados elaborados pelo estudo da Digital Trust Insights 2021, da PwC, 58% das empresas de energia acreditavam que os serviços de nuvem sofreriam tentativas de ataques cibernéticos nos 12 meses seguintes à pesquisa.
Alex Monteiro, especialista do Instituto Atlântico, expõe que a principal ameaça temida pelo setor é o ransomware. Este tipo de malware criptografa seus dados, bloqueando o tráfego de informações do sistema infectado. Para que as operações voltem ao normal, os infratores digitais pedem um resgate de altos valores, normalmente em criptomoedas, para devolver o acesso aos proprietários.
Podem ser usados outros tipos de malwares, como vírus, cavalos de tróia e spywares. Além disso, métodos de engenharia social, como harming, phishing, vishing e smishing, também são empregados para desestabilizar os sistemas, causando danos no financeiro e na reputação de empresas.
O primeiro ataque realizado com sucesso foi contra a distribuidora de energia elétrica Kyivoblenergo, em dezembro de 2015, na Ucrânia. Posteriormente, os terminais dos operadores da empresa foram invadidos e a possibilidade de restauração remota do sistema foi destruída, deixando 80 mil consumidores sem energia durante três horas.
Segundo informações do estudo “A segurança cibernética e o setor elétrico” realizado pelo GESEL da UFRJ, outros casos de ataques cibernéticos isolados ocorreram nos EUA e no Brasil.
No território americano, em 2017, hackers tentaram invadir distribuidoras de energia, incluindo uma usina nuclear. Já no Brasil, o grupo do Setor Elétrico Brasileiro (SEB) foi alvo de ransomware por hackers em 2020. Estes exigiram um resgate de €14 milhões de euros.
O especialista do Instituto Atlântico, Alex Monteiro, explica que o investimento em cibersegurança por parte das do setor elétrico vai além do prejuízo financeiro. “A empresa não protege apenas os seus ativos, mas preserva também seus clientes e agrega valor aos seus produtos e serviços, além de ajudá-las a se manterem em compliance com a LGPD”, exemplifica.
Desse modo, o benefício mais importante da cibersegurança é garantir a proteção de informações dos seus diversos públicos, bem como aqueles de caráter operacional e interno. Assim, o retorno do uso de práticas e ferramentas que fortalecem sua segurança digital está ligado diretamente ao bom funcionamento da sua organização.
Empresas que ainda tratam sua cibersegurança em segundo plano estão fadados a pôr em risco a proteção de suas transações, sistemas e comprometer a saúde de sua produtividade. Para entender melhor, como realizar uma proteção mais efetiva para seu negócio, continue a leitura do artigo até o final.
Uma empresa que pretende investir em cibersegurança precisa ir além do uso de ferramentas tecnológicas. Nas palavras do analista de inovação do Instituto Atlântico, Alex Monteiro, é fundamental implementar boas práticas de governança corporativa.
“Para isso, é necessário realizar diversas análise de riscos para levantar as ações de mitigações e assim definir quais tecnologias são apropriadas para colaborar com as políticas e seus respectivos processos”, esclarece.
O especialista ainda complementa que “é preciso realizar capacitações em práticas de segurança para os colaboradores, bem como investir em uma área de gestão de segurança corporativa, incluindo pessoas e ferramentas. O uso de simulações de reais ataques e vazamento de dados também colaboram para testar os seus mecanismos de defesa”.
Para garantir isso, o setor elétrico ainda conta com recursos de P&D Aneel, programa de editais da Agência Nacional de Energia Elétrica que fomentam a pesquisa e o desenvolvimento. Desse modo, a iniciativa pode ser utilizada para desenvolver soluções que são mais apropriadas para a área e as necessidades das instituições.
Além disso, o colaborador do IA elenca algumas medidas que podem ajudar a reforçar a cibersegurança no setor elétrico. Confira abaixo:
Este modelo de segurança digital propõe um esquema rigoroso por meio da verificação de identidades. Assim, a solução garante que somente usuários e dispositivos devidamente autorizados podem ter acesso a determinados dados e sistemas de uma empresa.
A criptografia de dados consiste em codificar dados de forma que indivíduos não autorizados não consigam decifrar o conteúdo dessas informações. Portanto, para descriptografar os dados contidos naquela comunicação e acessar o material em questão, é necessário de uma chave.
Blockchain é um tipo de base de dados distribuída que guarda um registro de transações permanente e são à prova de crimes digitais. A ferramenta permite não apenas a segurança de dados, mas também a integridade e disponibilidade que podem trazer confiança a processos e automações.
Com o intuito de monitorar e detectar ataques virtuais e vazamentos de dados, o Privacy-Enhancing Computing envolve tecnologias que aumentam a privacidade e confidencialidade de informações por meio da minimização do uso de dados pessoais e a capacitação de indivíduos.
Agora que você já sabe as principais tendências de cibersegurança para o setor elétrico, que tal garantir a segurança digital na geração, transmissão e distribuição de energia elétrica?
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