Publicado em 12 de junho de 2019
Um conceito que tem como objetivo principal fazer uma verdadeira revolução no modo com os líderes e gestores atuam nas empresas têm ganhado cada vez mais força e espaço no setor empresarial. Estamos falando sobre o management 3.0, um termo criado pelo holandês Jurgen Appelo.
Esse conceito veio para mudar radicalmente a forma de trabalhar, e para melhor, afinal, prioriza a motivação e a alegria das pessoas, garantindo que o trabalho precisa ser mais do que uma simples rotina, mas uma oportunidade de realizar-se profissional e pessoalmente.
Neste texto, você vai saber o que é exatamente o management 3.0, como funciona, quais os benefícios, princípios e como implementá-lo! Continue acompanhando e boa leitura!
O conceito de management 3.0 surgiu a partir da publicação do livro Management 3.0 – Agile Developers, Developing Agile Leaders, do holandês Jurgen Appelo. Ele é baseado em uma série de correntes, que são as metodologias mais ágeis.
Esse autor reuniu um conjunto de práticas e criou algumas técnicas para montar um guia/modelo, próprio para ser utilizado entre diferentes contextos de gestão. O Instituto Atlântico identificou ali uma sinergia grande com a sua cultura, com o que a empresa acredita. Por isso, seguiu adotando algumas dessas práticas ao longo dos últimos quatro anos.
Management 3.0 trata-se de um modelo de gestão que se apoia totalmente no pensamento complexo. Em vez de priorizar cargos e hierarquias, há um foco maior na forma como as pessoas mantêm os seus relacionamentos e na maneira como se comportam.
Dessa forma, passa-se a ver as organizações como grandes redes de relacionamentos entre as pessoas. Logo, as empresas são vistas como grandes sistemas e de altíssima complexidade.
Enfim, podemos afirmar que o conceito é um movimento extremamente inovador de liderança, que busca definir o gerenciamento como uma responsabilidade de uma equipe de pessoas. A alegria de todos é certamente uma das prioridades do management 3.0.
O management 3.0 nada mais é do que basear a sua gestão em pessoas. Sabe por que se fala em gestão de complexidade? Pessoas formam sistemas complexos, que são uma parte da teoria do caos.
Como os sistemas complexos se adaptam e se alteram baseados nessa imprevisibilidade, o foco está em gerir as pessoas como de fato elas devem ser geridas. Isso envolve um entendimento maior das necessidades dessas pessoas.
É a função do gestor garantir a motivação do seu grupo, por isso, ele deve reconhecer a complexidades dos problemas e buscar uma maneira criativa de aprimorar o sistema de como as tarefas são feitas.
Nesse modelo de gestão, o foco é exatamente esse, no qual o gestor permite que as pessoas consigam atuar de um modo mais participativo, criando um relacionamento de proximidade com o ambiente de trabalho, o que gera, consequentemente, uma satisfação maior no que estão realizando.
Tais ações acabam criando uma atmosfera profissional muito mais tranquila e embasada na colaboração e na transparência, o que é fundamental para o desenvolvimento de um gestor ou líder multidisciplinar de atuação.
Ao longo do último século, em que se estabeleceu principalmente as teorias de gestão, surgiu um modelo 1.0 chamado “modelo de comando e controle”. Ele é baseado em um controle total das pessoas, de tudo o que é gerido.
Já com a revolução industrial, surgiu o que é chamado de “gestão 2.0”. Um modelo mais focado em indicadores, em medição. Além disso, surgiram alguns padrões e certificações, como o ISO, de modelos de gestão e de modelos de qualidade de gestão.
No 3.0, que é essa metodologia mais recente, trabalha-se mais a questão do foco das pessoas. Ele trata o fator humano como o centro do modelo de gestão, e aí é que há a relação com as pessoas de três gerações diferentes ocupando os times. Tem-se as pessoas da geração X, da geração Y e da geração Z. Cada uma delas tem um conjunto de necessidades que devem ser atendidas.
Por isso mesmo não se pode padronizar: a geração X segue mais o modelo de atingir objetivos de carreira, já a geração Y é focada em atingir os objetivos, mas aproveitar o caminho. Por fim, a geração Z é mais recente, sendo que alguns desses profissionais estão entrando agora no mercado, mas já nasceram conectados, praticamente com um celular em suas mãos. Vai ser, portanto, um público cada vez mais presente no ambiente de trabalho.
Veja quais são os 6 princípios para o sucesso com o management 3.0:
energizar pessoas: para que a estratégia seja eficiente, é fundamental engajar as pessoas, mantendo-as sempre motivadas e criativas para que façam o seu melhor;
alinhar restrições: é imprescindível que se tenha limitações e regras para que a grande liberdade que os times têm não se torne um problema para a empresa;
empoderar pessoas: é preciso auto-organizar os grupos, por isso vão precisar da confiança e da autorização da gestão;
aumentar as estruturas: com um foco maior na colaboração e na comunicação entre as equipes, um crescimento consciente da empresa é incentivado, sempre com foco na qualidade;
desenvolver competências: um time deve ser auto-organizado, mas também autossuficiente. Dessa forma, é preciso capacitar os profissionais, podendo criar grupos multidisciplinares, para que todos consigam fazer a sua parte para que o projeto tenha andamento;
melhorar tudo: melhorias constantes devem ser buscadas, além disso, os erros precisam ser vistos como oportunidades de crescimento. Com isso, consegue-se alavancar o empreendimento de modo previsível e sustentável.
Há, sem dúvidas, uma sinergia maior. Costuma-se dizer que o ativo principal que se tem são as pessoas. Todo o conhecimento e todos os objetivos atingidos passam por elas, então há uma responsabilidade no sentido de fazer essas pessoas estarem mais engajadas.
Quando se trabalha uma gestão 3.0, tem-se um modelo onde se distribui a responsabilidade entre essas pessoas. A gestão é muito importante para estar centralizada nas mãos de poucos indivíduos, então essa sinergia faz com que cada um deles tenha um senso de responsabilidade maior, entenda onde está e como ele consegue contribuir de forma mais direta para o sucesso do que está sendo buscado.
Logo, cria-se um ambiente de colaboração e traz um ciclo de benefícios tanto para a empresa quanto para o empregado.
A dica principal é iniciar com passos pequenos. Você pode traçar um conjunto de metas simples, com as quais você vai fazer, gradativamente, um incremento disso dentro da empresa. É importante identificar um agente de mudança, uma pessoa com muita energia e que abrace a ideia de modo que ela consiga cativar os outros. Dessa forma, esse agente de mudança vai ser um evangelizador desse conceito.
Baseado nisso e com as pessoas chamadas “early adopters” (são as pessoas que tendem a adotar as mudanças mais cedo), inicia-se este pequeno piloto, e então você passa a primeira fase, avalia os resultados e entra no ciclo PDCA.
Você vai executar, vai checar os resultados e vai agir sobre deles. A ideia é que você passe a ocupar espaço. Por tanto, você precisa de campanhas, divulgação desses resultados, sem contar que o ambiente precisa ser altamente comunicativo (no sentido de deixar todos a par do progresso).
É preciso haver identificação, ou seja, campanhas com camisas, inserindo um nome específico para o time. Assim, você vai ter a questão do “faça parte de um time de mudança” ou “seja um agente de mudança”, afinal, a questão da identificação é importante.
Além disso, você também pode trazer alguns retornos como o reconhecimento das pessoas e, com isso, você vai conquistando, gradativamente, a sua empresa, no sentido de mudar o seu mindset.
Lembre-se de que o management 3.0 não se trata de uma metodologia que apresenta soluções prontas e acabadas para solucionar problemas nas empresas. Não é um framework que você vai implantar de um dia para o outro. É, sim, um modelo mental, uma maneira de refletir sobre a gestão que pode ser colocada em prática todos os dias por líderes ou gestores.
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