Publicado em 30 de setembro de 2021
Muito tem se falado sobre a crise energética no mundo e sobre os impactos negativos que ela é capaz de gerar. Essas consequências se dão quando não há planejamento e estratégias bem elaboradas. É importante destacar que os recursos energéticos são discutidos pelos interesses estatais desde o início da Revolução Industrial e isso não reflete apenas nas empresas como também no consumidor final. A crise energética não trata apenas de racionamento e falhas no sistema elétrico. Ela também corresponde, principalmente, a um aumento de tarifas e taxações de energia, o que já podemos observar em nosso país atualmente. Na leitura abaixo você vai entender detalhadamente sobre a crise energética e como a transformação digital pode antecipar oportunidades.
Embora a crise energética seja marcada principalmente por fatores econômicos e ambientais, na perspectiva da tecnologia da informação, o que pode ser feito é analisar e avaliar o impacto de custos mais altos da energia e a falta do suprimento de energia e as suas consequências com estratégias e investimentos em tecnologias mais avançadas e qualificadas.
Vimos que a crise energética é um momento de dificuldade de abastecimento. No que diz respeito à distribuição, algumas problemáticas são discutidas sobre as dificuldades enfrentadas pelas distribuidoras do setor a curto, médio e longo prazo. Em entrevista, o Consultor para Área Temática de energia do Instituto Atlântico, Paulo Roberto Pimentel, afirma que:
“Para as Distribuidoras de Energia, uma crise energética, eleva os custos da aquisição da energia a ser distribuída, que entretanto elas repassam inteiramente aos consumidores finais. O que não é bom porque o aumento para o consumidor leva a um aumento das inadimplências e consequentemente um aumento das perdas comerciais (roubos e fraudes de energia).”
Pimentel destaca outros impactos gerados pela crise, segundo ele, empresas que geram somente energia a partir de hidroelétricas certamente terão um impacto considerável no preço de suas ações. Por esse motivo, a maioria delas vem investindo em outras fontes de energia, como a energia eólica e a solar.
“Em um cenário de crise energética, antes de um racionamento, com a demanda próxima a oferta, aumenta o risco no sistema elétrico interligado, dado que qualquer ocorrência de falha em uma usina ou linha de transmissão de energia, o sistema todo ou parte pode cair, ou seja, podem aparecer os temíveis “apagões”…”
A gravidade de uma crise energética consolida a ideia das empresas adotarem medidas e soluções inovadoras como a transformação digital em ambientes internos das organizações. O principal objetivo é garantir maior segurança ao sistema elétrico, eficiência energética e antecipar novas oportunidades para os mais diversos setores de atuação. Pimentel menciona algumas dessas soluções já utilizadas no Setor Elétrico Brasileiro para minimizar os riscos de perda da estabilidade da rede e outras que deverão ser implementadas para a superação da crise, confira abaixo:
– Redução do consumo de energia, por meio ERAC (Esquema Regional de Alívio de Carga): sistema de proteção que, por meio do desligamento automático e escalonado de blocos de carga, utilizando relés de frequência, minimiza os efeitos de subfrequência decorrentes de perda de grandes blocos de geração;
– Implantação de equipamentos baseados em eletrônica de potência denominados FACTS (Flexible AC Transmission System): as ações automáticas de controle sobre os sistemas de transmissão possibilita melhoria no desempenho estático e, principalmente, dinâmico destas redes;
– Tecnologia de Machine Learning: o sistema aprende situações que possam provocar a ocorrência do colapso de tensão e com isso, de forma preditiva, identificar e tomar ações que impeça a ocorrência da situação. Esta tecnologia também é aplicada nos processos industriais para antecipar aumento de consumo decorrentes de desgastes e/ou falhas de manutenção.
– Resposta em demanda: o setor industrial e grandes consumidores reduzem voluntariamente a demanda de energia elétrica nos momentos de alto consumo, estratégia que vem sendo adotada em outros países, e que a partir de 23 de agosto de 2021, o MME estabeleceu que até 30 de abril de 2022, ofertas de Redução Voluntária de Demanda de Energia Elétrica (RVD) para atendimento ao Sistema Interligado Nacional (SIN) poderão serem consideradas.
– Eficiência Energética: tecnologias aplicadas nas empresas que possibilitem um melhor e eficiente gerenciamento de energia nos seus processos industriais, de alto consumo de energia.
– Redes Elétricas Inteligentes: tecnologias de medição do consumo de energia e automação avançada das redes elétricas possibilitam uma operação mais eficiente destas redes, e com isso possam antever e reagir a eventuais ocorrências que possam desestabilizar o sistema elétrico e com isso reduzir o número e o tempo em que os consumidores ficarão sem energia.
A partir disso, pode-se observar que a transformação digital no ambiente empresarial, sem dúvida, é fundamental no combate a uma crise energética. Entendeu como ela afeta a nossa realidade e a forma como vivemos? Se gostou desse assunto, entre em contato com o nosso time para saber mais sobre tecnologias inovadoras.
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