Publicado em 21 de novembro de 2024
Com a crescente adoção da Internet das Coisas (IoT) nas indústrias, surge o desafio de integrar sistemas legados, muitas vezes obsoletos, a tecnologias digitais modernas. Essa integração é essencial para manter a competitividade, melhorar a eficiência operacional e aproveitar os benefícios da automação inteligente. No entanto, empresas em países em desenvolvimento enfrentam obstáculos adicionais, como limitações culturais e tecnológicas, além de infraestrutura desatualizada.
Este conteúdo apresenta estratégias eficazes para enfrentar esses obstáculos e construir um ecossistema industrial mais moderno e eficiente.
Os sistemas legados muitas vezes carecem de interoperabilidade, tornando difícil a comunicação direta com plataformas IoT modernas. Além disso, substituir completamente a infraestrutura antiga é caro e pode gerar resistência dentro das empresas. A integração precisa garantir que dados fluam de maneira contínua entre sistemas antigos e novos, sem comprometer a segurança e a qualidade da informação. A seguir, citamos alguns exemplos:
Incompatibilidade de protocolos:
Sistemas legados e tecnologias IoT frequentemente utilizam diferentes protocolos de comunicação. Por exemplo, enquanto muitos sistemas mais antigos operam com Modbus ou Profibus, a IoT utiliza padrões como MQTT e OPC UA, exigindo ferramentas de tradução para garantir que as plataformas conversem.
Falta de documentação:
Sistemas legados costumam não ter uma documentação clara e atualizada, dificultando a compreensão de seu funcionamento e integração com novos dispositivos IoT.
Custos de substituição:
Substituir uma infraestrutura completa pode ser inviável para muitas empresas, especialmente aquelas que operam com margens de lucro reduzidas ou em regiões com acesso limitado a financiamento tecnológico.
Resistência à mudança:
Equipes acostumadas a trabalhar com sistemas tradicionais podem resistir a novos processos e tecnologias. A falta de capacitação técnica é um fator que frequentemente impede a adoção eficaz de soluções IoT.
Muitas empresas em países em desenvolvimento enfrentam resistência interna à transformação digital, principalmente por conta da falta de conhecimento sobre novas tecnologias. É fundamental investir em capacitação de funcionários e trabalhar com parceiros especializados para facilitar a transição para ambientes conectados.
Gateways de integração:
Gateways atuam como intermediários entre sistemas antigos e novos, convertendo dados de um protocolo para outro. Por exemplo, uma fábrica que utiliza sensores analógicos pode conectar esses dispositivos a uma plataforma IoT por meio de gateways, garantindo a continuidade dos processos.
APIs para comunicação entre sistemas:
Interfaces de Programação de Aplicativos (APIs) permitem que diferentes plataformas compartilhem dados de forma eficiente. Integrar APIs facilita a criação de dashboards e sistemas de controle centralizados, aumentando a visibilidade e eficiência operacional.
Adoção de padrões abertos:
Protocolos como MQTT, OPC UA e REST promovem a interoperabilidade, permitindo que sistemas distintos funcionem juntos sem exigir reengenharia completa. Padrões abertos também aumentam a flexibilidade na escolha de fornecedores e evitam a dependência de tecnologias proprietárias.
Modernização gradual:
Uma abordagem faseada permite que empresas realizem a transição de maneira controlada, substituindo primeiro os sistemas mais críticos. Isso reduz riscos e custos, permitindo que os colaboradores se adaptem progressivamente às mudanças.
Capacitação e envolvimento dos colaboradores:
Treinamentos contínuos e programas de capacitação são essenciais para reduzir a resistência e preparar as equipes para utilizar novas ferramentas. Incentivar a participação dos colaboradores também promove uma adoção mais tranquila das soluções IoT.
Custos e benefícios:
Empresas em países em desenvolvimento precisam equilibrar cuidadosamente custos de implementação e retorno sobre investimento (ROI). Parcerias com órgãos governamentais e programas de incentivo podem ajudar a mitigar esses custos.
Infraestrutura de TI limitada:
A falta de infraestrutura robusta é um desafio significativo. Implementar soluções de borda (edge computing) pode minimizar a dependência de nuvens externas e melhorar a eficiência localmente.
Cultura organizacional conservadora:
Culturas organizacionais menos abertas à inovação tendem a dificultar a adoção de novas tecnologias. A liderança precisa adotar uma comunicação clara sobre os benefícios das mudanças e demonstrar o valor agregado por meio de projetos-piloto.
Essas empresas mostram que a integração bem-sucedida depende de planejamento, colaboração e uma abordagem gradual.
A integração de sistemas legados com soluções IoT é essencial para que as empresas aproveitem ao máximo as inovações da Indústria 4.0. Embora o processo apresente desafios, estratégias como o uso de gateways, APIs e padrões abertos, além da modernização gradual e da capacitação de equipes, ajudam a superar obstáculos técnicos e culturais. Empresas que investem nessa integração podem não apenas melhorar a eficiência e reduzir custos, mas também se posicionar de forma competitiva em um mercado cada vez mais digital e conectado.
A adoção de uma abordagem estratégica garante uma transição suave para a era digital, preparando as organizações para o futuro da manufatura inteligente.